Contra a política de arrocho salarial do prefeito
Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), e até mesmo contra a imprensa conservadora da
cidade, três mil servidores foram às ruas de Santos nesta terça-feira (26/03)
para protestar contra a proposta indecente de 1,5% oferecida pela prefeitura
aos funcionários.
Após 18 anos, o funcionalismo público santista - a
maior categoria da região e uma das mais combatentes - voltou a realizar uma
grande greve para lutar por seus direitos. E, de quebra, politizando o
movimento, com o questionamento dos três primeiros meses de governo tucano na
cidade. Neste sentido, o PSTU presta todo o seu apoio à greve dos servidores e parabeniza a força demonstrada pelos trabalhadores nesse grande dia de luta.
A Tribuna,
119 anos de compromisso com a verdade?
Nesta terça-feira, o jornal A Tribuna lançou uma
matéria em seu site ressaltando o compromisso do veículo com a verdade, sendo um órgão de imprensa "democrático". Não concordamos com este texto autoproclamatório. No mesmo dia em que o jornal publica uma matéria afirmando
que está ao lado da verdade (leia aqui), é lançada em seu site uma reportagem com o título 'Paralisação dos servidores de Santos afeta saúde, escolas e creches'.
Ao longo do texto, está clara a intolerância do veículo à livre organização dos trabalhadores. Repetindo o modus operandi de outros jornais conservadores (Folha, Estadão, O Globo), que são por princípio contra qualquer greve, o jornal A Tribuna flerta com o que há de mais conservador e reacionário na imprensa brasileira. Esta maneira tendenciosa de abordar uma greve não é novidade, mas mesmo assim causa muita indignação. Não podemos tolerar que, sob o pretexto de defender os interesses da população, o jornal tente desmoralizar um movimento legítimo dos trabalhadores.
Quem
prejudica Santos?
Diariamente, a população santista sofre com a
ineficiência do poder público no atendimento de direitos básicos de qualquer
trabalhador. Seja em educação, saúde ou transporte, todos os dias os santistas
são obrigados a fazer malabarismos. Em seus três meses de governo, Paulo
Barbosa, ou Paulinho Paulada, como já é conhecido entre os servidores, não fez
nada para mudar essa situação. Pelo contrário, todas as suas ações representam
tão e somente grandes retrocessos e ataques aos trabalhadores e ao povo pobre.
Mesmo assim, em nenhum momento o jornal A Tribuna
lançou uma matéria, por exemplo, com o título 'Gestão de Paulo Alexandre Barbosa afeta saúde, escolas e creches'.
Em nenhum momento, também, se dispôs a divulgar e investigar as gravíssimas
denúncias de corrupção que envolvem o atual prefeito da cidade. Um jornal
independente e compromissado com a verdade não deveria se calar diante disso.
Abaixo, reproduzimos trechos da matéria publicada
aqui em nosso blog sobre os três meses de Paulinho Paulada (leia o texto completo aqui). Com isso, deixamos aos leitores a tarefa de opinar sobre quem,
de fato, prejudica a população.
“Paulinho
Paulada” contra os servidores!
Barbosa propôs aos trabalhadores um aumento
salarial de 1,5%. Em debate promovido pelo SINDSERV durante a campanha
eleitoral, no ano passado, Paulo Barbosa afirmou taxativamente: “Nossa
intenção, sim, é dar aumento real ao servidor público, ou seja, acima da
inflação... Para que o aumento possa ser pago pro servidor em fevereiro, ao
contrário do que é feito atualmente”. Pois bem, depois da encenação teatral,
tal como um trapaceiro engana sua vítima, “Paulinho Paulada” oferece 1,5% de
aumento salarial aos profissionais responsáveis pelo serviço público municipal.
Paulo
Barbosa envolvido em denúncia de corrupção!
O Conselho Superior do Ministério Público definiu,
por unanimidade, dar sequência aos dois
inquéritos civis que investigam o prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa
(PSDB), e o deputado federal Gabriel
Chalita (PMDB) por improbidade
administrativa e violação de
princípios. Segundo as denúncias, o prefeito e o deputado federal teriam
cometido irregularidades quando comandavam a Secretaria de Estado da Educação.
Um dos inquéritos investiga se Chalita e Barbosa teriam recebido presentes para
favorecer empresas que mantinham contratos com a Secretaria Estadual. O outro
apura possíveis irregularidades na execução do
contrato. Infelizmente, até agora, a maioria da imprensa santista se
cala frente às gravíssimas denúncias de corrupção que envolve o atual prefeito
da cidade.
Criminalização
da pobreza
O Governo Municipal anunciou um pacote de medidas
para "combater o crack". Leia-se, combater os usuários. A exemplo de
Eduardo Paes, na cidade do Rio de Janeiro, e de Fernando Haddad, em São Paulo,
o prefeito de Santos afirma que estuda como opção a internação compulsória.
Dentre as medidas anunciadas, que não incluem a ampliação de leitos para
internação de pacientes em crise, está a aquisição de armas de eletrochoque,
300 sprays de pimenta, duas motos, duas viaturas e uma base móvel.
Altos
salários para apadrinhados...
O prefeito "não tem” dinheiro nem para repor a
inflação aos salários dos servidores, mas tem dinheiro de sobra para apadrinhar
correligionários em cargos de confiança da prefeitura. De um dia para o outro,
apareceram dezenas de “secretários adjuntos” e “coordenadores” com salários
extravagantes. Fala-se inclusive, à boca miúda, que a sede de cargos e altos
rendimentos do “staff” tucano parecem não ter fim, pois as brigas pela “fatia
do bolo” no ninho tucano foram acirradas. Pior para quem paga a conta: os
trabalhadores e o povo.
O abandono
da saúde pública e “favores” aos empresários
Paulo Barbosa anunciou também, nesse início de ano,
o adiamento da abertura do Hospital dos Estivadores por mais dois anos.
Enquanto a população sofre (e morre) nas filas dos prontos socorros, o prefeito
prepara a “terceirização” dos serviços prestados no futuro hospital, já que
pretende repassar a gestão a entidades privadas. Mas não acaba por aí o
receituário tucano. Ao invés de investir na saúde pública, o “Paulinho Paulada”
comprou, ao custo de milhões de reais, leitos na Santa Casa e na Beneficência
Portuguesa. Curiosamente, o presidente da Beneficência é vereador da base
aliada do governo e estava presente no anunciou oficial da “parceria”.
4 comentários:
Esse texto é um lixo. Vocês falam em democracia e não respeitam a opinião contrária. Qual foi a faculdade de jornalismo que vocês fizeram? Vou passar bem longe dela.
Mais uma vez, agradecemos o seu comentário, visto que se trata de uma crítica fundamentada em argumentos sólidos, que realmente deixou toda a esquerda com "a pulga atrás das orelhas", tamanha sua capacidade retórica de contrapor todas as nossas afirmações.
E agradecemos também a sua visita periódica ao nosso blog, mesmo considerando nossa página e nossos textos um lixo.
Pois é, nobre amigo. Eu não leio apenas o jornal A Tribuna ou as grandes mídias que você tanto critica. Como prega o conceito do bom jornalismo, acompanho todos os lados de uma notícia para formar a minha opinião. Ao contrário do que você publicou, não considero o blog um lixo e sim o texto em específico. Respeito os seus argumentos, mas acredito que não retratam uma posição democrática, já que desrespeita outros veículos e opiniões divergentes. Teria "ene" argumentos para sustentar os meus pensamentos. Mas, seguindo a tendência da novas mídias, prefiro resumi-lo em poucos caracteres. Abraços fraternos.
O problema, Luiz Carvalho, é que ao contrário de nós, que publicamente temos um lado e assumimos de qual lado da trincheira estamos posicionados, o jornal A Tribuna, assim como os demais veículos da grande imprensa, não deixa clara a sua posição.
Sob o mito da imparcialidade, da neutralidade, insere de maneira velada suas posições, disseminando confusão nos leitores. Ou a matéria que citamos é, declaradamente, contra a greve? Não, ela passa a imagem de uma matéria neutra, que ouviu os dois lados. Mas sabemos que, de fundo, o que existe é um ataque à greve.
Somos tão democráticos que, caso queira, o jornal A Tribuna poderá responder tranquilamente nossa matéria nos comentários (como você faz).
Por fim, faltou ainda comentar a entrevista de página inteira com o prefeito Paulo Alexandre, na edição de A Tribuna do último sábado. Por que o mesmo espaço não foi reservado ao Sindicato, aos grevistas? Nós sabemos o porquê.
Sobre opiniões em poucos caracteres, consideramos que elas podem ser externadas de maneira respeitosa.
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