Um vazamento de grandes proporções, ocorrido no
Terminal Almirante Barrosso (Tebar), em São Sebastião, deixou em alerta a
população do Litoral Norte no último fim de semana. O acidente aconteceu, às
17h30 de sexta-feira, em uma linha do terminal da Transpetro durante a operação de abastecimento de um
navio no píer.
Pouco tempo depois, a mancha havia avançado para
diversas praias da região. No total, mais de 300 pessoas e 27 embarcações
trabalharam na contenção do óleo. Até o domingo (07/04), haviam sido atingidas
as praias Deserta, Pontal da Cruz, Ponta do Lavapés, Cigarras e Portal da
Olaria, todas na região central de São Sebastião. No entanto, nesta
segunda-feira, três praias (Capricórnio, Massaguaçu e Cocanha) de Caraguatatuba
também haviam sido atingidas pelo óleo.
Mesmo com todo este operativo e a dimensão do
vazamento, considerado de grandes proporções até mesmo pela prefeitura de São
Sebastião, a companhia insistiu em classificar o vazamento como
"incidente" e em nenhum momento admitiu a gravidade do fato. Pelo
contrário, omitiu até agora o volume exato de óleo derramado nas praias da
região. O secretário municipal de Meio Ambiente, Eduardo Hipólito, classificou o acidente como "o mais grave nos últimos dez anos".
"Coincidentemente", os petroleiros do
terminal estão neste momento em Estado de Greve contra uma série de
irregularidades no terminal. Dentre eles, problemas graves relacionados à
qualidade da alimentação e o efetivo de empregados da unidade, considerado
abaixo do ideal pelos trabalhadores.
Uma triste rotina
Os vazamentos na unidade não são exceção, mas sim regra. De acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista, de 2012 pra cá o terminal sofreu três vazamentos, sendo um deles alvo de multa da Prefeitura de São Sebastião e da CETESB. Para o Sindicato não é possível operar plenamente o terminal com o atual efetivo, que sofre diariamente com casos de assédio moral. "Com a produção cada vez maior e o número de trabalhadores cada vez menor, não é preciso dizer que os riscos de acidentes aumentam consideravelmente", alertou o Sindicato, em nota publicada em seu site oficial após a divulgação do vazamento.
Os vazamentos na unidade não são exceção, mas sim regra. De acordo com o Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista, de 2012 pra cá o terminal sofreu três vazamentos, sendo um deles alvo de multa da Prefeitura de São Sebastião e da CETESB. Para o Sindicato não é possível operar plenamente o terminal com o atual efetivo, que sofre diariamente com casos de assédio moral. "Com a produção cada vez maior e o número de trabalhadores cada vez menor, não é preciso dizer que os riscos de acidentes aumentam consideravelmente", alertou o Sindicato, em nota publicada em seu site oficial após a divulgação do vazamento.
A Privatização
e Desmonte da Petrobrás
O Tebar é o maior terminal aquaviário da América
Latina, sendo o responsável pelo transporte de 55% do petróleo consumido em
todo o País. Mesmo assim, não parece ser encarado como prioridade pela
Transpetro. E isso tem uma explicação.
Em 1997, FHC aprovou a lei 9.478, conhecida como
a Lei do Petróleo, permitindo a concessão às empresas privadas da exploração do
petróleo e do gás natural. Também criou a Agência Nacional do Petróleo, órgão
regulador que se limita a gerenciar os leilões que estão entregando as riquezas
do subsolo brasileiro.
A mesma lei passou a responsabilidade de toda a sua
malha de dutos, terminais marítimos, terrestre e embarcações para a
recém-criada Transpetro. Um dos objetivos, além de avançar no processo de
privatização da companhia, esfacelando a Petrobrás em várias subsidiárias, era
fragmentar o poder de luta da categoria.
Para se ter uma ideia, os petroleiros da Transpetro
- que hoje possui o status de subsidiária do Sistema Petrobrás - não possuem
uma série de direitos reservados aos petroleiros da Petrobrás. Essa
discriminação consciente, e que envolve remuneração, plano de saúde e outros
direitos, jamais foi revertida pelo governo Lula, que em nenhum momento cogitou
reincorporar a Transpetro à Petrobrás - mesmo com todo o seu discurso
anti-privatização.
Neste sentido, não é de se surpreender que Lula tenha dado continuidade ao processo de privatização do setor de petróleo. Se por um lado FHC reestruturou o setor a partir da quebra do monopólio e o estabelecimento dos leilões, por outro, Lula seguiu com os leilões e com a precarização das condições de trabalho dos petroleiros.
Neste sentido, não é de se surpreender que Lula tenha dado continuidade ao processo de privatização do setor de petróleo. Se por um lado FHC reestruturou o setor a partir da quebra do monopólio e o estabelecimento dos leilões, por outro, Lula seguiu com os leilões e com a precarização das condições de trabalho dos petroleiros.
Ou seja, é verdade que o projeto de uma Petrobrás que atue nos moldes de uma empresa multinacional foi iniciado por FHC, mas em nenhum momento foi barrado por Lula. A reorganização feita em unidades de negócio não foi revertida. A separação da Transpetro também não. Sob o governo petista os concursos públicos foram retomados, mas dentro da lógica deste projeto privatista.
Tanto é assim que grande parte dos serviços operacionais e administrativos vêm sendo crescentemente terceirizados. Não à toa, temos hoje cerca de 90 mil petroleiros diretos e uma multidão de mais de 360 mil petroleiros terceirizados, submetidos a condições de trabalho degradantes. São eles as maiores vítimas dos acidentes de trabalho dentro da empresa, muitos deles fatais.
Dilma mentiu
na campanha eleitoral
“Não vou destruir o Estado, diminuindo seu papel.
Não permitirei que o patrimônio nacional seja dilapidado e partido em pedaços”.
Essas foram frases do discurso da candidata do PT à presidência durante a
campanha eleitoral de 2010. Mas agora os empresários comemoram a entrega do
patrimônio nacional no setor petrolífero, com o anúncio da 11ª Rodada de
Leilões do Petróleo, agendada para maio.
A continuidade do processo de privatização já
atingiu os aeroportos e as rodovias. Setores estratégicos estão sendo entregues
aos imperialistas, donos das grandes multinacionais. Aeroportos e o setor
energético constituem uma questão de soberania nacional, estratégicos para o
nosso desenvolvimento.
Pela volta
do monopólio estatal do petróleo
Para fazer baixar o preço do litro da gasolina e
termos gás de cozinha de graça para a população, é preciso fortalecer a
campanha “O petróleo tem que ser nosso”, pela retomada de todos os blocos
exploratórios e campos petrolíferos que estão sob o domínio e o controle das
“Big Oil”, sem indenização e pela garantia de uma Petrobras 100% estatal.
Essa mobilização deve ganhar um caráter nacional,
mobilizar a sociedade e unificar as entidades do movimento nesta luta. Por
isso, a campanha contra o Leilão deve ser parte integrante da Marcha a Brasília
de 24 de abril, assim como os atos do 1º de Maio que ocorrerem em todo pais. Os
petroleiros do PSTU estarão presentes. Todos à Marcha de 24 de abril.
- Leilão é privatização
- Queremos a Petrobrás 100% estatal
- O petróleo tem que ser do povo brasileiro
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