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3 de junho de 2014

Padilha e Maluf não são alternativa ao PSDB. Fortalecer a Frente de Esquerda em SP!

Direção Estadual do PSTU – Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado

03/06/2014 - O descontentamento do povo paulista com o governo Alckmin (PSDB) cresce a cada dia. A ameaça de falta d´água já virou realidade para 23% da população. Nos trens e Metrô a superlotação e a falta de investimento provocam paralisações constantes e trazem riscos à segurança dos usuários. A educação e a saúde públicas, por sua vez, estão completamente abandonadas. Mas não é só. O número crescente de assassinatos, roubos e execuções deixa a população assustada e insegura. A realidade é ainda pior nas periferias, onde a violência do crime organizado se combina com a violência policial contra os negros e pobres. 

Depois de 20 anos de governos do PSDB, é hora de derrotar Alckmin! Os trabalhadores e a juventude querem mudanças! Queremos mais saúde, educação e transportes públicos; mais segurança e o fim da violência policial; queremos a Sabesp 100% estatal para acabar com a falta d´água. Enfim, queremos São Paulo para os trabalhadores e o povo!

Padilha de braços dados com Maluf Infelizmente, o PT e Padilha não são uma alternativa para derrotar o PSDB em São Paulo. O PT fala mal do tucanos e da velha direita, mas faz aliança com corruptos, grandes empreiteiras e bancos. A aliança com Maluf (PP), que é procurado pela Interpol, foi selada na última sexta-feira (30). Ao chegar ao evento, Maluf falou que a aliança entre os partidos será do "tamanho do Corcovado, abençoada por Deus". 

Haddad (PT), na capital, é o maior exemplo do projeto do PT de “mudar” para tudo ficar como antes. Nas eleições, disse que ia ser diferente de Serra e Kassab. Depois de eleito, entregou a secretaria de habitação para o PP de Paulo Maluf e, junto com Alckmin,  aumentou os preços das passagens. Agora, em 2014, Haddad chama os trabalhadores rodoviários de “vândalos”, reprime a greve dos professores municipais e não atende as reivindicações dos sem-tetos, que lutam pelo direito à moradia. 

Nas eleições para o governo estadual, é tarefa da esquerda socialista derrotar a candidatura de Geraldo Alckmin, sustentada pelo PSDB e pelo DEM. Porém, é preciso enfrentar também a falsa alternativa representada por Padilha e Maluf. Do mesmo modo, será necessário desmascarar as demais candidaturas burguesas, como a de Paulo Skaf (PMDB) e a  da coligação Rede e PSB. 

Em São Paulo, alternativa pra valer é a Frente de Esquerda e Socialista! As greves e as manifestações apontam o caminho da transformação social. Nas eleições, é necessário apresentar uma alternativa de esquerda e dos trabalhadores, que apóie as reivindicações das ruas. As demandas das jornadas de Junho encontram no programa socialista a sua máxima expressão. É hora de levar esse programa para milhões de pessoas!

Para defender as mudanças que o Brasil precisa, o PSTU lançou o nome do metalúrgico José Maria como pré-candidato à presidente. Em São Paulo, o PSTU e o PSOL lançarão uma candidatura única para o governo e o senado. A Frente de Esquerda e Socialista no estado está baseada em importantes pontos programáticos e no respeito ao peso social dos partidos que a compõem. 

A Frente será uma alternativa à falsa polarização entre o PSDB e PT. Nesse sentido,  enfrentará tanto Geraldo Alckmin como a dobradinha “Padilha e Maluf”. Esse acordo programático foi decisivo para conformação da  coligação eleitoral entre o PSTU e o PSOL. A Frente de Esquerda e Socialista  não terá a presença de nenhum partido burguês (como a Rede, por exemplo), bem como não receberá dinheiro de empresários, bancos e empreiteiras. O financiamento da campanha virá exclusivamente das doações dos trabalhadores e da juventude. Outro ponto do acordo diz respeito ao duplo palanque presidencial. Como os partidos têm candidatos à presidência distintos, nas atividades comuns da Frente, haverá a presença dos dois nomes (Zé Maria e Randolfe). 

O pré-candidato a governador será indicado pelo PSOL e a pré-candidata ao senado será indicada pelo PSTU. O diretório estadual do PSOL mudou seu pré-candidato recentemente, retirando o nome do professor Vladimir Safatle e definindo pelo nome de Gilberto Maringoni, também professor. O PSTU participou das discussões programáticas e da construção da pré-candidatura de Safatle, mas não interferirá na indicação e respeita a decisão do PSOL, que será confirmada definitivamente em convenção no dia 14 de junho. 

A pré-candidata ao senado é Ana Luiza Figueiredo, do PSTU. Ana Luiza começou sua militância política em 1979. Ajudou a construir a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Partido dos Trabalhadores (PT). Em 1994, ajudou a fundar o PSTU. É trabalhadora do judiciário federal em São Paulo e constrói a CSP-Conlutas.  Reconhecida lutadora dos direitos das mulheres trabalhadoras, foi candidata ao Senado em 2010 e obteve 109 mil votos.

O PSTU lança também Toninho Ferreira como pré-candidato prioritário à deputado federal.  Toninho, de 55 anos, trabalhou na GM e Embraer. Foi presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos por dois mandatos e, em 2012, foi o quinto candidato mais votado para vereador na cidade. Atualmente, é advogado dos movimentos populares. Esteve ao lado dos moradores na luta contra a desocupação e é a principal liderança das famílias do Pinheirinho. Para  Deputado Estadual, nosso partido lançará uma chapa com cerca de 30 lutadores e lutadoras.

Por um programa socialista e operário! São Paulo para os Trabalhadores! Para realizar as mudanças que São Paulo precisa, é necessário um programa conectado com as reivindicações que ecoam nas manifestações e greves. E apenas com a aplicação de um programa socialista e anticapitalista será possível garantir as mudanças que o povo pede nas ruas. O PSTU defende um profundo debate programático entre as forças que compõem a Frente nos meses de junho e julho, para assim apresentarmos nas  eleições uma plataforma unitária em sintonia com os ventos de Junho. 

Defendemos também a ampliação da Frente de Esquerda. Temos que convidar o conjunto dos movimento sociais combativos (Luta Popular, MTST, MPL, etc.), os sindicatos e as centrais que não se venderam (CSP/Conlutas, Feraesp, Intersindical, etc.); a juventude e suas organizações de luta (ANEL, Juntos, etc.), os intelectuais de esquerda; os movimentos contra as opressões (MML, Quilombo Raça e Classe, coletivos, etc); e os milhares de novos ativistas que surgiram depois de Junho para discutir um programa de transformação social para São Paulo e o país. 

O PSTU defende um programa para uma transformação socialista do país. Não acreditamos que as corruptas eleições capitalistas, controladas pelas empresas, bancos e multinacionais - que financiam os grandes partidos, sejam o instrumento para as mudanças que necessitamos. A verdadeira mudança virá das lutas, greves e manifestações, e, sobretudo, da organização dos trabalhadores e da juventude para impor suas reivindicações. Participamos das eleições para fortalecer esse objetivo estratégico. 

Em São Paulo, defendemos alguns pontos essenciais para o programa comum da Frente de Esquerda e Socialista:
- Sabesp 100% estatal para não faltar água! Realizar imediatamente os investimentos e obras necessárias para garantir o abastecimento para todos!

- Para garantir transporte público, de qualidade e gratuito, Metrô e Trens 100% estatais! Investimentos para ampliação do sistema metroviário. Estatização da linha 4 do Metrô e fim da privatização da CPTM. Tarifa social, rumo à tarifa zero! Passe-livre para estudantes e desempregados!

- Fim do pagamento da dívida do estado com a União e bancos. Chega de dinheiro para banqueiros, empreiteiras e o agronegócio! Esses recursos devem ser destinados aos serviços públicos: saúde, educação, moradia, transporte.

- Fim da violência policial, desmilitarização da PM já! Para garantir segurança pública, polícia civil única controlada pelas comunidades! Fim da repressão aos movimentos sociais!

- O deputado e o governador devem ganhar o mesmo que um professor! Fim do financiamento privado de campanha!

- Mais verbas para saúde e educação públicas! Fim das OSs nos hospitais, postos de atendimento e pronto-socorros, concurso público já! Salário digno para os professores do estado!

- Por um plano de construção de moradias que zere o déficit habitacional em 4 anos!

PSTU realiza lançamento do livro 'Anarquismo e Comunismo', dia 11, em Santos


















Livro de revolucionário russo reacende uma antiga polêmica da esquerda em Santos

03/06/2014 - Apelidada de “cidade vermelha” na década de 1960, sobretudo pela influência do partidão (PCB) nos sindicatos e movimentos sociais da região naquele período, Santos voltará a ser palco de um debate que sempre forneceu grandes discussões à esquerda santista: as polêmicas teóricas e práticas entre anarquistas e marxistas.

Os simpatizantes das ideias de Karl Marx, de um lado, e Mikhail Bakunin, de outro, considerados respectivamente os pais do marxismo e anarquismo mundiais, terão a oportunidade de colocar o assunto mais uma vez em pauta no lançamento da publicação ‘Anarquismo e Comunismo’, do russo Evgueni Preobrazhenski.  A atividade acontecerá no dia 11 de junho, às 18h30, na sede do PSTU em Santos (Rua Júlio de Mesquita, 16, sala 1, Vila Mathias).

A obra, publicada pela primeira vez no Brasil, sintetiza a principal diferença histórica entre esses dois campos: enquanto os marxistas defendem a necessidade do Estado operário para garantir as conquistas da revolução rumo ao comunismo, os anarquistas são frontalmente contra qualquer forma de centralização governamental, defendendo a imediata supressão do Estado - mesmo que não seja burguês, mas sim operário.

O debate será conduzido por Henrique Canary, da Secretaria Nacional de Formação do PSTU. Canary é professor universitário formado em História pela Universidade Russa da Amizade dos Povos (Moscou). “Nas jornadas de Junho, em 2013, pudemos testemunhar o surgimento de movimentos e ideias anarquistas, em toda uma camada de jovens e ativistas. Num momento em que táticas como a dos Black Blocs ganharam a simpatia de muitos lutadores, é fundamental entender os limites e as consequências práticas da teoria anarquista, bem como a necessidade da revolução socialista e do Estado proletário”, explica Canary.

O livro é um dos trabalhos mais importantes de Preobrazhenski, economista russo que foi membro do Partido Bolchevique na época da Revolução Russa, em 1917. Após a tomada do poder pelos bolcheviques, exerceu o posto de presidente do Comitê Financeiro da República Soviética.

Em relação à obra, Canary não esconde sua simpatia pelas ideias do autor. Para ele, o dirigente bolchevique acaba por demonstrar a incapacidade do pensamento anarquista em responder à complexa e contraditória realidade da revolução proletária. “De forma clara e compreensível, ele não só refuta os argumentos anarquistas contra a URSS, mas explica também a concepção marxista do Estado e as tarefas dos revolucionários frente a este”.

Livraria será inaugurada
Aproveitando a ocasião, o PSTU Baixada Santista promoverá a inauguração de sua livraria. Apesar de modesta, já fornecerá aos militantes de esquerda importantes obras publicadas pelas editoras Sundermann e Boitempo. Trotsky, Marx, Lênin, Engels e outros grandes teóricos do marxismo internacional estão entre os autores disponíveis.

No dia do debate haverá desconto de até 30% em diversos títulos das duas editoras. Àqueles que não tiverem condições de adquirir os livros, uma biblioteca com algumas obras importantes também será inaugurada. Por um valor simbólico de R$ 2,00, o interessado poderá emprestar qualquer livro por até 30 dias.

Saiba mais sobre o autor
Evgueni Alekseievitch Preobrazhenski nasceu em 15 de fevereiro de 1886, no vilarejo de Bolkhov, região de Oriol, Império Russo. Filho de um padre cristão ortodoxo, aos 17 anos se tornou membro da fração bolchevique do Partido Operário Social-Democrata Russo.

Preobrazhenski teve um papel importante na revolução de 1905, assumindo tarefas de organização partidária nos montes Urais e Sibéria. Formado em Direito, estudou também economia, e em 1921 foi eleito presidente do Comitê Financeiro da República Soviética.

Neste posto, se ocupou dos problemas do restabelecimento da produção e do abastecimento de grãos em todo o território russo. Com base nessa experiência, escreveu vários trabalhos sobre a planificação econômica e a necessidade de industrialização da URSS, sendo “A Nova Econômica” o mais importante deles. Neste livro, Preobrazhenski formula sua famosa teoria da “acumulação primitiva socialista”, que seria o resultado da luta estabelecida, nas sociedades de transição ao socialismo, entre a lei do valor como um resquício do capitalismo, e a planificação econômica como medida consciente do governo socialista.

Após a morte de Lenin, Preobrazhenski adere à Oposição de Esquerda e, junto com Trotski, se torna um dos mais consequentes defensores de uma linha industrializadora nas cidades e coletivista no campo. Em 1927, com o exílio de Trotski, passa a organizar clandestinamente o trabalho oposicionista. Posteriormente, é expulso do partido; e em 1929, exilado por organizar uma gráfica ilegal.

Com a coletivização forçada do campo e com a pesada campanha de industrialização do primeiro plano quinquenal conduzidas por Stalin, Preobrazhenski capitula e renega a Oposição de Esquerda. Porém, a perseguição stalinista continua, e em 1933 ele é novamente preso, expulso do partido e exilado, fazendo nova autocrítica em 1934. Em 1936, é mais uma vez preso; e em 1937, no auge dos processos de Moscou, executado.

Diferente de muitos outros dirigentes assassinados por Stalin, Preobrazhenski jamais confessou qualquer crime, reduzindo suas “autocríticas” aos aspectos políticos. Provavelmente devido a esta recusa altamente incoveniente para a burocracia dirigente, Preobrazhenski não chegou a ser levado a julgamento público, tendo sido fuzilado às escondidas, em circunstâncias que só foram conhecidas muito tempo depois. Até hoje seu nome é uma das principais referências nos estudos de planificação e política econômica de Estados operários.