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10 de fevereiro de 2015

Na “pátria educadora”, Dilma corta 7 bilhões da Educação

Marco Lopes, da Juventude do PSTU Baixada Santista

O ano de 2014 foi um ano intenso para os estudantes; foi um ano de muitas lutas: a greve unificada entre UNESP, Unicamp e USP de estudantes, professores e funcionários somada às eleições e diversas manifestações. Foi um ano de luta para a Juventude que sonha com uma educação pública e de qualidade pra todos e todas. 

Contudo, 2015 só está no início e já promete ser um ano em que a luta deverá continuar e mais forte: em janeiro, foi anunciado pela presidenta Dilma Rousseff corte de R$ 1,9 bilhão por mês do orçamento público para cortes administrativos envolvendo ministérios e secretárias especiais. Por ano, tal corte equivale a R$ 22,7 bilhões, nada mais nada menos que um terço de corte orçamentário. 

O Ministério da Educação foi o mais atingido: sofrerá um corte de 7 bilhões. Corte de absurdo 31% numa área já tão defasada e sucateada pelo governo. Muito contraditório com o discurso proferido pela presidenta em sua posse afirmando que o Brasil é uma “pátria educadora”, não é mesmo? 

Seguindo a linha dos governos anteriores, como o do PSDB, o PT ataca a educação brasileira ao se aliar com os grandes empresários da educação aplicando políticas neoliberais para beneficia-los, em vez de lutar por uma educação pública e de qualidade. O PT provou nesse ano que não é mais um partido dos trabalhadores e muito menos da juventude ao se aliar aos grandes exploradores e mercantilizando cada vez mais a educação. 

Nós, da Juventude Socialista do PSTU Baixada Santista, vemos diariamente as consequências dessa aliança entre o governo e os grandes empresários: escolas públicas sucateadas, universidades públicas em número insuficiente e sem verba para manutenções, corte de bolsas para estudantes carentes... Basta! 

Com um dos maiores PIBs do mundo e sendo uma das maiores economias é repulsivo que o Brasil aplique uma quantia tão ínfima na educação. Por isso, exigimos 10% do PIB voltado para investimentos na educação já! 

Que esse ano seja um ano de muita luta, mas também um ano de muitas vitórias para a juventude e a classe trabalhadora! Luta por educação, saúde e serviços públicos de qualidade! 

Por uma sociedade verdadeiramente educadora; sem machismo, racismo, LGBTfobia e qualquer outro tipo de opressão! Por um mundo socialista e sem exploração de classe! Por um mundo livre para os trabalhadores e trabalhadoras, como para a juventude!

Raiva popular atinge governos Dilma e Alckmin: tempestade no horizonte?




Gabriel Casoni, membro da direção da regional PSTU Baixada Santista 

 Uma sensação de desconforto toma conta do país. É como se o povo tivesse acordado com uma bruta
ressaca e, de manhã cedo, em busca da água redentora, não a encontra-se em parte alguma. 

O mal-estar aparece em todos cantos. Se fala mais da falta d’água do que futebol e novela, e o medo provoca as mais curiosas explicações e aterrorizantes prognósticos. E as reclamações são variadas. A dona da vendinha perto de casa lamenta o súbito aumento dos preços dos alimentos, que afugenta os clientes e diminui o lucro. O porteiro do prédio está indignado com o escandaloso aumento da passagem do ônibus, que seca ainda mais seu magro salário. O amigo operário da construção civil teme o desemprego na obra da Petrobras e o iminente calote trabalhista das empreiteiras. No elevador, o vizinho metalúrgico solta farpas com o preço salgado da gasolina e o descomunal aumento na conta de luz. 

Nesse clima tão hostil não foi surpresa o derretimento da popularidade dos governos. O povo sente que foi enganado, traído e roubado. Alckmin prometeu que não faltaria água e que tudo estaria sob controle. Mentiu sem nenhum pudor. E mesmo se cair muita água do céu nos próximos meses, o cruel racionamento, que afetará especialmente os mais pobres, é certo. Esse cenário de caos era plenamente evitável, bastava planejamento e investimento enquanto havia tempo. Preferiram a mentira e a privatização da Sabesp. Alckmin e o PSDB precisam pagar pelo crime cometido. 

Já a presidenta Dilma começou o mandado mas não sabe se o completará. Os índices de rejeição dispararam e o horizonte é sombrio: a economia deve entrar em recessão e a crise política é colossal. O PT paga pela traição às causas populares e operárias. O partido erguido pelas massas trabalhadoras se prostituiu aos poderosos. A corrupção desenfreada, o pacto satânico com os banqueiros, a aliança vergonhosa com as empreiteiras, o jogo sujo no Congresso, as coligações espúrias com os partidos e políticos de direita, estão levando à falência política um partido que, no passado, orgulhava a classe trabalhadora brasileira. Uma reflexão estratégica se faz necessária à esquerda: o projeto de conciliação de classe e a adaptação à democracia burguesa destruíram o PT enquanto alternativa para os trabalhadores. 

A Direita busca surfar na onda de descontentamento popular que ameaça engolir o governo Dilma. Os tucanos falam em impeachment. Aos trabalhadores não cabe jogar água no moinho de Aécio Neves e companhia. Mas tampouco é nosso papel a defesa de um governo onde um banqueiro comanda a Economia, uma latifundiária dirige a Agricultura e todas medidas anunciadas são contra o povo trabalhador. 

Os socialistas devem buscar dirigir a tempestade popular à esquerda, contra os tucanos e demos, mas também contra o governo Dilma e seus aliados de direita. Num país tão rico, com tantas riquezas naturais e um povo trabalhador e honesto, é possível e necessário uma transformação social, que dê a quem trabalha os frutos de seu suor. Enquanto meia dúzia de banqueiros, políticos corruptos e grandes empresários sugarem toda riqueza do país não haverá justiça social. O caminho está na luta!

9 de fevereiro de 2015

Assassinato de jovem em Santos expõe aprofundamento da barbárie capitalista

Guilherme Irineu, da Juventude do PSTU Baixada Santista

Na última terça-feira (3), um jovem foi assassinado próximo às dependências da universidade em que estudava, em Santos. Matheus Demétrio do Santos, de 19 anos, foi alvo de um disparo pelas costas por um indivíduo não identificado. 

Pelas informações divulgadas até aqui pela imprensa, os investigadores descartam a possibilidade de tentativa de roubo, pois ele teria se aproximado da vítima com a intenção de disparar sem qualquer tentativa de roubo. O testemunho de uma prima de Mateus reforça essa tese. Segundo ela, seu primo teria sido vítima de crime passional. 

Logo após o assassinato, uma grande comoção tomou conta das redes sociais. Amigos, moradores da cidade e outros estudantes, com razão, demonstraram tristeza e choque diante da morte de Mateus. Em primeira instância, a população tratou o caso como um problema de segurança pública, o que gerou muitos debates sobre a violência urbana e suas consequências. 

Ódio seletivo
Infelizmente, se alastrando como pólvora, não houve apenas espaço para o legítimo sentimento de perda e perplexidade. Flertando com o que há de mais reacionário sobre o tema, muitas pessoas passaram a endossar discursos de roupagem fascista como a defesa de pena de morte, a volta da ditadura militar de 1964, assim como a “suspeita" automática - de cunho racista e preconceito de classe - sobre pobres e negros da periferia. 

Nós, do PSTU, manifestamos nosso profundo pesar a familiares e amigos, sabendo que a perda é irreparável e que uma punição rigorosa deve ser aplicada ao culpado. 

No entanto, mesmo diante dessa perda, não podemos deixar de repudiar essas declarações e citar um elemento exposto com essa tragédia: o ódio seletivo. Foi “necessária" a morte de um jovem branco, de classe média para que um setor da sociedade, enfim, se mostrasse comovido pela morte de um ser humano e indignado com a violência. Não testemunhamos o mesmo sentimento quando, diariamente, assistimos ao genocídio da população pobre e, majoritariamente, negra das regiões pobres do país. E, o pior, violência institucionalizada ao ser cometida em grande parte pela Polícia Militar de todos os estados.

Por isso, reiteramos: é claro que o assassinato de qualquer pessoa deve ser veementemente repreendido, mas para a sociedade conservadora a morte de um jovem branco tem muito mais peso do que as centenas de mortes de autoria do Estado. Dois pesos, duas medidas.

Tal comoção a esse terrível crime e a indiferença aos assassinatos diários de negros e pobres no Brasil escancara um mundo extremamente desigual, dividido em classes, e demonstra a profunda crise social e barbárie que são produzidas pelo capitalismo. Não é a primeira vez e nem será a última, infelizmente, que diante de tragédias como essa surgem aspectos de bestialidade em diversos setores da sociedade. Seja fruto da insegurança pública, na hipótese de tentativa de assalto, seja fruto do machismo, por conta de um possível crime passional, a morte de Matheus evidencia um mundo doente. 

Nós do PSTU, frente a essa barbárie causada pela exploração capitalista, lutamos diariamente para que a violência fruto de tanta desigualdade seja destruída e uma sociedade igualitária e socialista, sem explorações e opressões, possa permitir que os jovens e os trabalhadores possam viver em paz.