O PSDB e o governo Dilma (PT) querem entregar de vez o Pré-Sal para as transnacionais

O projeto de Serra só prejudica os interesses estratégicos do Brasil

Zika e microcefalia: O governo perde feio para o mosquito

As mulheres é quem devem decidir se prosseguem ou não a gestação

O que está por trás das denúncias e do apoio a Lula?

Com o momentâneo arrefecimento do impeachment de Dilma, disputa mira 2018

1 de novembro de 2016

NOTA DE SOLIDARIEDADE AOS ARTISTAS E DE REPÚDIO À POLÍCIA MILITAR DE SÃO PAULO



Foi com enorme indignação que os moradores de Santos assistiram aos atos de repressão por parte da Polícia Militar de São Paulo à Trupe Olho da Rua, no último domingo, quando apresentava o espetáculo "Blitz - O Império que nunca dorme", a qual representava justamente os desmandos dos militares.
Nos vídeos que circulam nas redes sociais, percebe-se de maneira nítida que a peça transcorria normalmente, na Praça dos Andradas, no centro de Santos, quando diversos policiais, incomodados com a apresentação, passam a investir contra os atores e os espectadores, subtraindo-lhes até mesmo objetos pessoais, como celulares.

Mas, afinal, o que levou a PM de São Paulo a agir desta maneira? Terá sido apenas mais um mero rompante de truculência por parte de indivíduos despreparados a atuar junto à população, ou há algo mais por trás desta atitude?

Antes de respondermos a esta pergunta, vamos refletir um pouco sobre o papel da Polícia Militar e o papel da arte em nossa sociedade.


O que é arte? Por que às vezes ela é tão reprimida?

Arte nada mais é do que uma forma de expressão e representação da sociedade. Ela acompanha o desenvolvimento histórico da humanidade, refletindo, em maior ou menor grau, o mundo concreto em que se vive, seja na forma de música, cinema, teatro, pinturas, esculturas, etc.
Sabemos bem que muitas vezes os artistas foram alvo de repressão em nossa história recente. No período da ditadura militar, encerrado há apenas trinta anos, diversos foram as obras de arte censuradas, atingindo inúmeros artistas que ousavam se contrapor à realidade política de então.
Isto ocorre justamente porque uma boa obra de arte leva as pessoas a refletirem sobre sua realidade, ainda que não seja esta sua intenção imediata. A arte, em resumo, é um espelho distorcido da sociedade, produto de um tempo histórico determinado.

Após toda esta reflexão, chegamos à pergunta: por que os artistas de Santos foram reprimidos pela PM de São Paulo? Talvez porque o espelho em que se viram refletidos os policiais foi realista demais para ser assimilado por eles. Um espetáculo de teatro, exibido em praça pública, representando os desmandos da Polícia, foi uma afronta terrível demais para ser engolida pelos agentes da lei.


Mas, afinal, a quem serve a Polícia Militar?

Muitos pensam que a Polícia Militar serve para "proteger a população". Na verdade, esta instituição, criada em plena ditadura militar, serve para "colocar as pessoas em seus devidos lugares". Ou seja, ela serve para reprimir manifestações do povo e para garantir a integridade dos ricos, poderosos e corruptos. Não é para proteger as pessoas, mas para intimidar a população e evitar que ela se revolte que a polícia assassina a juventude negra nas periferias, etc.
Ela é utilizada quando outros meios não deram certo. Basta um exemplo: se o governo federal busca retirar direitos dos trabalhadores, com o apoio do legislativo e do judiciário, e mesmo assim as pessoas saem às ruas para protestar, lá estará a PM com suas bombas e suas balas de borracha para reprimir o povo.
Para cumprir este tipo de papel, é inadmissível que a autoridade policial seja questionada, mesmo em uma peça de teatro. Não se pode pôr o dedo na ferida, e quem o faz é imediatamente reprimido. Assim foi no domingo na Praça dos Andradas.




O que defendemos?

Diante de tudo isso, expressamos nosso incondicional e irrestrito apoio à Trupe Olho da Rua e a todos os artistas que lutam dia a dia por sua sobrevivência, seja nos fazendo rir, seja mostrando o lado incômodo da realidade, seja fazendo as duas coisas ao mesmo tempo, como ocorria no domingo.
Exigimos a mais ampla investigação e punição dos envolvidos, desde os policiais que participaram da ação, quanto de seus superiores, incluindo o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, que não por acaso é do mesmo partido do prefeito, Paulo Alexandre Barbosa.
Somos a favor da desmilitarização imediata da policia, rumo ao fim da polícia militar. A estrutura militar que nega o direito à organização sindical aos policiais e a hierarquia militar com seus treinamentos preconceituosos e castigos físicos é responsável pela formação de policiais violentos e defensores dos ricos e poderosos. A qual é treinada para a guerra contra sua própria população, característica esta que se deve principalmente ao fato de ter sido criada em um regime autoritário.
Defendemos a mais ampla liberdade artística e cultural, e estaremos ombro a ombro na luta pela garantia de liberdade de expressão prevista na Constituição, mas que jamais será alcançada na atual sociedade capitalista, motivo pelo qual lutamos por sua destruição e pela construção de uma sociedade verdadeiramente livre: a socialista.



Diretório Municipal do PSTU/Santos.

9 de setembro de 2016

Mobilização dos trabalhadores desempregados do Cubatão ganha força



A luta dos trabalhadores desempregados de Cubatão está crescendo, ganhando apoio e repercutindo na imprensa. Antes víamos nos noticiários apenas a triste noticia do desemprego crescente na cidade, agora vemos a noticia de milhares de trabalhadores desempregados em luta, tomando as ruas. A força da mobilização obrigou os patrões a sentarem na mesa de negociação. Mas essa foi só a primeira batalha de muitas que virão. É preciso arrancar dos governos o direito a assistência ao trabalhador desempregado e lutar até a vitória final: a conquista de emprego para todos!
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A mobilização de trabalhadores desempregados não é novidade em Cubatão. A novidade é que agora já são milhares que se reúnem semanalmente para cobrar dos governos e patrões uma solução. Há semanas protestos com milhares de trabalhadores veem sacudindo a cidade. E não é pra menos. O desemprego em Cubatão está uma calamidade. Só o Sintracomos (sindicato da construção civil e manutenção industrial) tem um cadastro com 5 mil desempregados. O sindicato afirma que existem 10 mil na cidade. Já o jornal Santa Cecília afirma que o desemprego pode chegar a 13 mil na cidade.
A verdade é que a situação que já era ruim ficou péssima com o fechamento da Usiminas e escândalos de corrupção seguidos de demissões na refinaria da Petrobras. A privatização da antiga Cosipa, atual Usiminas, na década de 90, levou ao sucateamento da empresa, rebaixamento salarial, e agora, demissões. O plano dos governantes para a Petrobras é o mesmo.
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PARA ENFRENTAR O DESEMPREGO É PRECISO GARANTIR ASSISTÊNCIA AOS DESEMPREGADOS, UNIR OS TRABALHADORES EMPREGADO E DESEMPREGADOS NUMA GRANDE LUTA E POR PRA FORA TODOS OS GOVERNOS!
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Muitos companheiros estão desempregados há meses, às vezes há anos. É preciso arrumar emprego para todos, pois a assistência social não resolve o problema, mas é necessário, enquanto o emprego não vem, que os trabalhadores desempregados levem alguma coisa pra casa, que tenham passe de ônibus para sair de casa em busca de emprego e que sejam isentos de impostos e Taxas (água, luz, IPTU). Isso é o mínimo! A prefeitura, o governo do estado, o governo federal, arrecadaram muito na ultima década. Para as grandes empresas e bancos, que encheram os bolsos nos anos de crescimento, nunca falta dinheiro e isenções. Agora para os trabalhadores que produziram toda essa riqueza o governo não oferece nada. Os governos, a começar pela prefeitura, tem que prestar assistência imediata aos trabalhadores desempregados.
Para combater o desemprego é importante aumentar ainda mais o movimento. Unir as lutas dos trabalhadores desempregados com as lutar dos trabalhadores empregados. Unindo as várias categorias é possível construir um forte movimento, uma greve geral, para conquistar o emprego e barrar o ajuste fiscal. Os ricos é que devem pagar pela crise econômica!
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Os governantes que estão aí: Márcia Rosa (PT), Alckmin (PSDB) e Temer (PMDB) são aliados dos patrões e grandes empresários, chegaram ao governo com apoio deles e campanhas eleitorais financiadas por eles. Por isso tem a mesma receita para a crise, o tal ajuste fiscal: desemprego, inflação, corte de direitos, cortes nas áreas sociais (saúde e educação), reforma da previdência, dentre outras maldades. A Dilma, por exemplo, dificultou o acesso ao seguro desemprego, justamente no meio da crise, onde os trabalhadores mais precisam! Por isso é preciso unir os trabalhadores, fazer grandes greves e protestos para botar todos eles para fora e fazer eleições gerais com novas regras.
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Medidas emergenciais para combater o desemprego:
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  •   Cesta básica para todos os desempregados
  •   Transporte gratuito
  •   Isenção de taxas e impostos (água, luz e IPTU)
  •   Reestatização sem indenização da Usiminas e Petrobrás 100% pública para aumentar os investimentos e contratações
  •   Confiscar e estatizar todas as empresas que demitirem
  •   Redução da jornada de trabalho para 36 horas sem redução de salário
  •   Plano de obras públicas: construir uma empreiteira pública para construir, escolas, creches, hospitais e moradias populares
  •   Extensão do seguro desemprego para 2 anos enquanto durar a crise.

6 de julho de 2016


Declaração da Direção Nacional do PSTU
Um setor de companheiros deixou as fileiras do PSTU para formar outra organização. Essa ruptura se deu depois de meses de um debate interno, amplamente democrático, em que apareceram diferenças políticas, de programa e teoria.
A diferença mais importante foi em relação a que posição tomar diante da queda do governo de colaboração de classes de Dilma, formado pelo PT e seus aliados burgueses. O setor que agora rompe com o PSTU se colocou contra a política do partido que se expressou na palavra de ordem de “Fora Dilma, Aécio, Temer, Cunha, fora todos eles!”
Na opinião dos companheiros, o PSTU deveria adotar como palavra de ordem principal “Não ao impeachment” e, nesse contexto, afirmar nossa oposição a Dilma e Temer. Defendiam que nosso partido participasse de atos da Frente Povo Sem Medo para chamá-los à formação de um terceiro campo que tivesse como eixo o “Não ao impeachment”.
A maioria do partido rechaçou esta posição por considerar que o “Não ao impeachment” e a participação em atos da Frente Povo Sem Medo significava, na prática, a mesma postura política da campanha contra o suposto golpe, deflagrada pelo PT para tentar manter Dilma no governo. A Frente Povo Sem Medo, encabeçada pelo MTST e o PSOL, foi simplesmente a ala esquerda da campanha pelo “Fica Dilma”.
A posição dos companheiros não leva em consideração que o governo Dilma, do PT, ao trair miseravelmente os trabalhadores e ao atacar seus direitos, despertou entre eles um ódio mais que merecido. Os trabalhadores queriam que o governo saísse, e esse sentimento era correto e justo. O governo Dilma não era “progressivo” frente a uma alternativa burguesa qualquer, como Temer, por exemplo. Para os trabalhadores eram iguais. Portanto, não há que se defender um contra o outro e sim lutar contra os dois. Fora Dilma, Temer Cunha e Aécio! Fora todos eles!
Por outro lado, em nossa opinião, os companheiros dão uma importância às eleições burguesas maior do que elas deveriam ter para os revolucionários. Defendem que precisamos estabelecer, sistematicamente, alianças e frentes com partidos como o PSOL, que é uma organização reformista, porque nos apresentarmos sozinhos seria nos isolarmos. Essa avaliação se apoia numa visão de que vivemos mundialmente um longo período em que não estará colocada a possibilidade de revoluções socialistas, mas apenas de revoluções democráticas e que, portanto, é imprescindível eleger deputados e participar do parlamento.
A maioria do partido não concorda com essa visão. O projeto do PSOL é radicalizar a democracia. O projeto do PSTU é fazer a revolução socialista. São coisas completamente diferentes. Não há como apresentar e construir no movimento uma alternativa revolucionária junto com uma reformista. Elas se opõem. Frente única e unidade de ação fazemos com todos, mas para a luta da nossa classe. Para construir uma alternativa revolucionária, é preciso apresentá-la com nitidez aos trabalhadores.
A experiência do PT está aí para iluminar essa discussão. O PT nunca foi um partido revolucionário. Era classista e, por isso, progressivo. Mas quando decidiu buscar alianças com outros partidos porque queria ganhar as eleições de qualquer forma, se transformou em outra coisa, nisso que estamos vendo aí hoje.
Os companheiros não quiseram esperar o congresso do partido porque já não estavam dispostos a seguir defendendo a política da maioria de nossa organização.
O PSTU lamenta que tenham decidido romper, pois sua saída enfraquece, sem dúvida, a luta por um partido revolucionário em nosso país. Esse retrocesso é um fato. Mas a luta da classe operária por sua libertação está repleta de obstáculos e revezes. É neles que se forja nossa firme determinação de construir o partido revolucionário.
Sem dúvida cometemos muitos erros, mas temos o orgulho de poder mostrar uma trajetória coerente e uma bandeira sem as manchas do oportunismo e da colaboração de classes. É nessa trajetória que continuaremos.
Os jovens que há 40 anos fundaram a Liga Operária, depois Convergência Socialista e hoje PSTU, tinham, desde o princípio, o projeto político de construir um partido que lutasse para que a classe operária faça uma revolução, tome o poder, acabe com a exploração capitalista, com toda a opressão e construa o socialismo. Um partido internacionalista, ligado desde sua fundação a uma internacional revolucionária, a Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI). Disposto a fazer toda unidade de ação ou frentes para lutar pelos interesses dos trabalhadores, contra o capital e também contra toda opressão machista, racista ou lgbtfóbica, mas que nunca perca de vista esse objetivo maior.
Aos companheiros que acompanharam nossa trajetória nestes anos e ajudaram a construir o PSTU, mas principalmente aos milhares de operários e jovens que despontaram para a luta nestes últimos anos dirigimos este chamado: a hora é de intensificar esforços na construção dessa ferramenta revolucionária! Tomem esta bandeira em suas mãos!

16 de março de 2016

A odisseia de um terceirizado da Petrobras contra o desemprego

























Desde a explosão da Operação Lava Jato, cerca de 130 mil terceirizados da estatal foram demitidos; Raimundo Lima, caldeireiro, não está entre eles, mas não se sabe até quando. Nesta crônica da vida operária, Leandro Olimpio - jornalista e militante do PSTU - retrata um drama que é compartilhado por milhões de brasileiros: a ameaça do desemprego.


por Leandro Olimpio, para a revista digital Calle 2

A história de Ceará na Petrobras está guardada num sulfite A4. No bolso de trás da calça jeans, o currículo produzido para livrá-lo das assustadoras estatísticas de desemprego no país é apresentável. Está dentro de um papel pardo dobrado sem muito esmero, é verdade, mas esse detalhe parece ser capricho na vida de um operário que corre contra o tempo para não interromper uma história de 19 anos na Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão, que fica encravada no pé da Serra do Mar, no litoral de São Paulo.

Ceará, que é Raimundo Lima na certidão de nascimento, entrou em greve no dia 14 de fevereiro com uma tarefa espinhosa: escapar de um exército cada vez mais numeroso, o de terceirizados demitidos no Sistema Petrobras. E não se meteu sozinho nessa briga. Todos os dias, por volta das 7 da manhã, passou a se reunir com os colegas de trabalho na porta da refinaria para − religiosamente − tomar a mesma decisão: permanecer em greve. Assim que os dirigentes do Sintracomos (Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial) fechavam a assembleia, perguntando quem era a favor de seguir com o movimento grevista, erguiam os braços simultaneamente e soltavam gritos eufóricos para dizer em alto e bom som que ninguém ali abandonaria a luta. Certo dia, para surpresa e tristeza geral, um dos operários levantou o braço em defesa do retorno ao trabalho. Todos olharam pra trás, procurando o infeliz que resolveu quebrar a unanimidade. Era brincadeira.

Envolvendo cerca de 220 operários, não foram poucas as razões para a deflagração da greve. No fim do ano passado, a empresa em que Ceará trabalha, a MCE Engenharia − prestadora de serviços de manutenção na refinaria −, demitiu cerca de 20 trabalhadores e atrasou o pagamento de salários, participação nos lucros e benefícios. A situação, aparentemente pontual, se agravou. Calote no pagamento das férias de alguns funcionários, calote nas verbas rescisórias dos demitidos, calote no vale-alimentação. Os gerentes, que antes pediam compreensão, adotaram uma postura escorregadia e ignoravam os questionamentos sobre os atrasos. “Só repetiam não sei, não sei”. A quebra definitiva parecia uma questão de dias, mera formalidade. “Chegou uma hora que não tinha mais luva pra trabalhar, não tinha copo descartável pra tomar água”, lembra Ceará.

Alguns dizem que a ficha demorou a cair, percepção reforçada pela lembrança daqueles que até hoje buscam na Justiça as verbas rescisórias da Calorisol − empresa que antecedeu a MCE. Dessa experiência, ficaram duas lições. A primeira, garantir o pagamento de todos os direitos antes que a empresa resolva sumir − o que acontece com certa frequência. E, a segunda, lutar para que todos sejam admitidos pela empresa que for assumir o contrato com a Petrobras.

Por isso, Ceará não perdeu tempo e enfiou o seu currículo no bolso. Mas seria besteira reduzir sua história e chance de futuro a um pedaço de papel. O destino de um terceirizado que trabalha na manutenção da Petrobras depende muito mais do fiscal do contrato − função ocupada por um petroleiro concursado − do que de qualquer avaliação da empresa que irá assumir o serviço. Sempre foi assim, a nova empreiteira é oficialmente quem escolhe os funcionários, mas na prática o fiscal tem o poder de estipular quem ele quer que permaneça na Petrobras. A batalha, portanto, é ser um dos escolhidos para continuar na refinaria.

Ler a matéria completa em:
http://calle2.com/a-odisseia-de-um-terceirizado-da-petrobras-contra-o-desemprego/

8 de março de 2016

Caos em Cubatão: demissões, falta de moradias e ataques aos trabalhadores  

Os trabalhadores de Cubatão, uma das cidades que mais produz riquezas e arrecada no estado de São Paulo, estão sofrendo com o desemprego, os baixos salários e a falta de moradias dignas.

Quem passa no centro de Cubatão já não se assusta com as constantes filas de trabalhadores à procura de emprego em frente ao PAT. O fato é que nos anos de crescimento econômico os donos das indústrias de Cubatão encheram os bolsos, e, agora, ao primeiro sinal de diminuição dos seus lucros, atacam com demissões em massa, destruindo a vida de milhares de famílias.

E os governos e a prefeitura da cidade não fazem nada para ajudar. Pelo contrário, estão com os grandes empresários contra os trabalhadores.

Fechamento da Usiminas e calote na refinaria
O maior exemplo dessa grave situação são as demissões em massa na Usiminas. Calcula-se que as demissões podem chegar a atingir 10 mil empregos diretos e indiretos. Isso representa um verdadeiro desastre para o povo de Cubatão e da região.

Os donos da empresa dizem que estão tendo prejuízo e por isso precisam demitir. Mas vejamos se é assim. Os dois sócios majoritários, a japonesa Nippon e a Italiana Techint, estão brigando, pois um quer comprar a parte do outro. É mole? Dizem que a empresa vai mal, mas querem comprar mais ações. A verdade é que a Usiminas já gerou e continua gerando muita riqueza. Era pública e foi entregue de mão beijada pelo governo para empresários, que desde então vem enchendo os bolsos e atacando os direitos dos trabalhadores. A prefeitura de Cubatão, o governo do estado de São Paulo e o governo federal não podem ficar assistindo ao fechamento da Usiminas sem fazer nada. É necessário adotar medidas imediatas para preservar todos os empregos na Usiminas e garantir sua reestatização! 

Outro caso de privatização que está gerando desemprego na cidade é a empresa MCE Engenharia SA, terceirizada da refinaria. A MCE era responsável por boa parte da manutenção na RPBC. A terceirização desse serviço, que deveria ser feito pela própria Petrobras, envolve contratos milionários, mas para os trabalhadores sobram os baixos salários e os calotes. A MCE, depois de ganhar muito dinheiro, agora diz que faliu. Está devendo os benefícios para os trabalhadores e até a rescisão dos demitidos não foi paga. Por isso, os mais de 200 trabalhadores da MCE entraram em greve. No último dia 3 de março, a empresa oficialmente anunciou o fim do contrato e deixou como legado o desemprego.

A Petrobras precisa se responsabilizar por esses trabalhadores e as terceirizações devem ser revertidas, gerando empregos dignos. A verdade é uma só: as terceirizações fazem mal a Cubatão e ao país. E se o governo Dilma e o Congresso nacional aprovarem o PL 4330 vai piorar ainda mais, pois vai liberar de vez a terceirização.

Até a prefeitura de Cubatão entrou na onda de terceirizar serviços. A Cursan, contratada para cuidar da limpeza dos órgãos públicos tem varias reclamações de que, além da baixa remuneração, atrasa o pagamento do salário e a entrega da cesta básica. A prefeita de Cubatão, Márcia Rosa (PT), poderia abrir concurso e contratar pessoal próprio para essas atividades, mas de novo vence a lógica de atacar os direitos dos trabalhadores e beneficiar empresários com contratos milionários.

A falta de moradia é culpa dos governos!
Os moradores de Cubatão ainda sofrem com o problema da moradia. Os moradores das comunidades da Serra do Mar há anos vêm sofrendo com o terrorismo da CDHU e do governador do estado de São Paulo, Alckmin (PSDB), que usam ameaças de remoção violenta para expulsar famílias de suas casas. Muitas receberam apartamentos com graves problemas de infra-estrutura nos bolsões e Rubens Lara (Casqueiro). Outras ainda esperam a sua vez e recebem um auxilio aluguel de apenas 400,00 reais (300 da CDHU e 100 da prefeitura) - insuficiente para alugar um imóvel compatível com os preços praticados na cidade.

A bola da vez é a comunidade da Água Fria. A CDHU quer expulsar os moradores de suas casas sem oferecer moradia para as famílias. Quer dar apenas o auxílio aluguel de míseros 400 reais. Na atual situação de crise e desemprego muitas famílias não vão conseguir honrar o seu aluguel e podem acabar na rua. Os moradores de Água Fria exigem que sejam entregues as casas. E para aqueles que já estão recebendo o auxilio é urgente o aumento do valor até as moradias ficaram prontos. A prefeita Márcia Rosa (PT) diz que a prefeitura não tem dinheiro, a CDHU do governo Alckmin também alega não ter verbas: nada mais falso, estamos falando do estado que mais arrecada no país e um dos municípios que mais arrecada em São Paulo.

Cadê o dinheiro da merenda seu governador?
E para completar o descaso com Cubatão não podemos esquecer-nos dos mais jovens. Aqueles que estão ainda se formando para mais tarde trabalhar, como os estudantes da ETEC Cubatão. Nessa escola não tem merenda. Enquanto o PSDB de Alckmin se afunda cada vez mais no escândalo do desvio de verbas da merenda escolar, na ETEC os alunos tem que levar marmita de casa para almoçar. Cadê o dinheiro da merenda governador? E não é só a ETEC Cubatão, a maioria das escolas Técnicas do estado não tem almoço. Será que não daria para colocar almoço nas escolas se parassem de desviar o dinheiro?

O caminho é a luta!
A receita adotada pelos governos Dilma (PT), Alckmin (PSDB) e Márcia Rosa (PT) é a de jogar a conta da crise nas costas dos trabalhadores e do povo pobre, em benefício dos grandes empresários e dos poderosos. Por isso, lançam mão de demissões, cortes de verbas para as áreas sociais, terceirizações, ataques aos direitos, falta de investimento em moradia, etc.

Sendo assim, não dá pra confiar nesses governos dos ricos e poderosos. Os trabalhadores de Cubatão, principalmente os operários, precisam resistir e construir seu próprio caminho. Os trabalhadores da Indústria Mabe de Campinas e Hortolândia deram um excelente exemplo. Os patrões demitiram em massa e os operários responderam ocupando as fabricas contra as demissões e pelo pagamento dos direitos.

É hora de unir os trabalhadores de Cubatão e lutar. Para barrar os cortes de direitos, as demissões e conquistar moradias dignas. É preciso estatizar as empresas que demitem; acabar com as terceirizações e por pra fora todos que estão no poder de mãos dadas com os patrões: Dilma, Cunha, Aécio e o congresso nacional. Os trabalhadores devem construir um governo sem corruptos e sem patrões. É hora dos trabalhadores de Cubatão construírem o seu próprio partido na cidade, um partido Operário e Socialista.

Venha construir um partido socialista e revolucionário, entre em contato com o PSTU em Cubatão: Gabriel (13) 981687588.

14 de janeiro de 2016

Incêndio em Vicente de Carvalho: mais uma vez nossas vidas são colocadas em risco.

Luiz Xavier (PSTU BAIXADA SANTISTA)
A Baixada Santista é novamente atingida por um incêndio de grandes proporções. Segundo as últimas informações o incêndio iniciou com um vazamento de um composto do cloro no pátio de contêineres da empresa Localfrio em Vicente de Carvalho (distrito do Guarujá).
A avenida principal do distrito e vários bairros foram cobertos pela fumaça preta tóxica, colocando em pânico a população. Dezenas de pessoas passaram mal por inalar a fumaça. A fumaça já chegou em Santos. A falta de informação somada a paralisação dos transportes (ônibus e a barca que faz travessia para Santos) ampliou o medo.

A prefeita do Guarujá Maria Antonieta de Brito (PMDB) quase quatro horas depois do incêndio deu uma declaração dizendo que não sabe quais são as substancias presentes nos contêineres e pediu para que a população dos bairros num raio de 100 metros a partir do terminal se afastem da área e procurem abrigo na casa de parentes e amigos.
A declaração da prefeita demonstra que nem a prefeitura nem a Codesp (Companhia Docas do Estado de São Paulo) tem controle sobre a segurança da área portuária. Além disso a prefeitura não oferece nenhum abrigo para aqueles que não tem pra onde ir e não dá nenhuma orientação segura para os moradores dos vários bairros tomados pela fumaça que não estão na área indicada pela prefeitura.
Vivemos numa região que concentra o maior porto da América Latina e um enorme polo petroquímico com diversas empresas químicas de fabricação e transporte de combustíveis e outros produtos químicos altamente perigosos e letais. Esse novo incêndio, assim como o ocorrido ano passado na ULTRACARGO, é uma demonstração da insegurança pela qual passamos, os governos estão mais preocupados em garantir o lucro dos empresários do que garantir as medidas de segurança adequadas para os trabalhadores das empresas e a população da região. A população pobre e os trabalhadores que são os mais atingidos tem que lutar para mudarmos essa situação, não podemos esperar por uma nova tragédia!