23 de julho de 2015

Petroleiros da região realizam greve de 24 horas nesta sexta-feira



As unidades da Petrobrás na Baixada Santista irão amanhecer, nesta sexta-feira (24), com os trabalhadores de braços cruzados. A mobilização acontecerá em nível nacional, sendo chamada pelas duas federações que representam os empregados da companhia. O indicativo está sendo aprovado amplamente nas diversas assembleias realizadas de norte a sul do país.

Os petroleiros realizarão a greve como um primeiro passo de uma enorme luta contra o desmonte da Petrobrás. O governo Dilma (PT), através do presidente da companhia, Aldemir Bendine, anunciou em seu Plano de Negócios 2015-2019 um corte gigantesco. Esse corte, que deve gerar quase US$ 60 bilhões, será feito através do fatiamento da empresa. A medida tomada pela empresa como resposta à crise prevê a venda de parte da BR Distribuidora e ações da Transpetro; a venda de 80% da linha de gasodutos; venda e posterior afretamento de navios da transportadora por grupo de investidores financeiros, além de corte de custos com pessoal.

De olho na crise aberta na empresa, a direita tradicional tem buscado se aproveitar da desvalorização sofrida desde a operação Lava Jato para aumentar ainda mais o processo de privatização iniciado no governo FHC e mantido nas gestões de Lula e Dilma. O senador José Serra (PSDB) apresentou um projeto que pretende retirar das mãos da Petrobrás a exclusividade da operação do pré-sal, além de diminuir sua participação na exploração – hoje garantido em 30% pela lei de partilha.

Esta medida é um duro ataque ao país, pois aumenta ainda mais a entrega desta riqueza nacional a empresas multinacionais parasitas. “Além disso, iniciará a campanha reivindicatória da categoria, com data-base em setembro, assim como metalúrgicos, bancários e trabalhadores dos Correios. “Não aprovamos o atual modelo, de partilha, pois defendemos a volta do monopólio estatal, com o resgate de uma Petrobrás 100% Estatal, mas o projeto de Serra é ainda pior, pois entrega para as multinacionais praticamente todo o pré-sal. E ele só foi descoberto por causa da Petrobrás”, afirma Fabíola Calefi, dirigente do Sindipetro Litoral Paulista.

Na região, serão afetadas pela greve a Refinaria Presidente Bernardes e terminal Pilões, em Cubatão, e o terminal Alemoa e Edifício Valongo, em Santos. No Litoral Norte, o Terminal Almirante Barroso (Tebar), em São Sebastião, e a Unidade de Tratamento de Gás (UTGCA), em Caraguatatuba, também devem entrarão em greve.

Em Santos, na sede do Sindicato, petroleiros comemoram aprovação da greve de 24 horas nesta sexta-feira (24)
“Não concordamos com a venda de ativos anunciada pelo presidente da empresa, Aldemir Bendine, porque em nossa opinião aprofunda o processo de privatização que a Petrobrás já vem sofrendo. E isso tem sido feito com outros nomes, mas é privatização. Leilão e terceirização são formas de se privatizar. O desinvestimento da empresa, que infelizmente é colocado em prática pelo governo Dilma (PT), já gerou mais de 77 mil desempregados neste ano. Os mais afetados são os terceirizados”, denuncia Clarckson Nascimento, dirigente da Federação Nacional dos Petroleiros.

A greve também inaugura as mobilizações da campanha reivindicatória da categoria, cuja data-base é em setembro, coincidindo com as campanhas de metalúrgicos, bancários e trabalhadores dos correios. Os petroleiros, assim como o conjunto da classe trabalhadora, não podem pagar a conta da crise!

Uma das principais tarefas dos petroleiros nesta campanha é unificar toda a categoria e os 17 sindipetros para derrotar os planos de Dilma e José Serra contra a empresa. Para isso, é preciso que a Federação Única dos Petroleiros (FUP), filiada à CUT, rompa com o governo para realizar uma luta consequente contra o desmonte da empresa.

O PSTU Baixada Santista jogará todos os seus esforços para a construção da greve nesta sexta-feira. É importante que todos os lutadores dos movimentos sindical e sociais, além da juventude, se incorporem porque esta luta não é só dos petroleiros. Defender a Petrobrás é defender a soberania do país.

Vamos lutar por uma Petrobrás 100% Estatal, sob controle dos trabalhadores!

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