18 de julho de 2013

Após 11 de julho histórico, é preciso organizar 30 de agosto pela base!

Uma semana depois daquele que foi um dos maiores dias de luta da classe trabalhadora brasileira nos últimos 20 anos, o 11 de julho ainda ecoa em conversas no chão de fábrica, postagens na internet e debates no interior do movimento sindical.

Não é à toa. No Dia Nacional de Greves e Manifestações, chamado por todas as centrais sindicais do país, o Brasil parou. E promete mais. Uma nova data já está agendada: 30 de agosto, mais um Dia Nacional de Paralisações.

A despeito de toda a manipulação midiática para desmoralizar e diminuir o alcance das paralisações, tivemos um dia histórico marcado pela entrada da classe operária em cena. E o melhor, em muitos lugares com o apoio da juventude, colocando em prática a aliança operário-estudantil.

Enquanto a imprensa burguesa divulgava uma suposta baixa adesão dos trabalhadores (usando como exemplo atos "pequenos" que reuniram "apenas" 10 e 15 mil pessoas), fábricas, refinarias, escolas e universidades de todo o país amanheceram em silêncio.

Na Baixada Santista, um dos pólos mais avançados do 11 de julho, não seria exagero afirmar que houve, de fato, uma greve geral. Refinaria e porto paralisados, rodovias totalmente obstruídas, comércio e agências bancárias de portas fechadas.

Os estivadores invadiram um navio, os petroleiros realizaram  uma greve de 32 horas e os operários da construção civil pediam mais. "Vamos parar amanhã também", gritou um operário, com o sorriso no rosto. Na frente das fábricas, os poucos trabalhadores que se somaram aos atos dos sindicatos sequer cogitaram entrar nas unidades e brincavam que "até pelego teve que parar", demonstrando que longe de ser uma data imposta à revelia dos trabalhadores, havia sim (e existe) uma forte disposição de luta entre os trabalhadores, fruto das mobilizações de junho.

Fruto também da insatisfação com a política econômica do governo Dilma, que segue privilegiando a sangria de metade de todo o orçamento do país para o pagamento de uma dívida que ninguém sabe se existe e que segue chegando na conta dos banqueiros e dos especuladores, enquanto áreas como educação, saúde e transporte continuam sucateadas.

O impacto do 11 de Julho na região foi tão grande que nem mesmo na imprensa houve espaço para distorções. Até jornais mais conservadores, como A Tribuna, se renderam à força das paralisações, colocando no dia seguinte como capa de jornal a manchete "Um dia para ficar na história". O jornal da TV Tribuna, afiliada da Rede Globo, dedicou todo o jornal do meio-dia a informações dos atos e greves.

É possível avançar, é preciso avançar!
Os reflexos deste dia sequer se esgotaram. Em relação ao porto de Santos, por exemplo, o maior porto da América Latina, especialistas dizem que a normalidade será retomada apenas em alguns dias. A força da classe trabalhadora em luta foi colocada em prática.

O sentimento de que Santos voltou a ser vermelha foi compartilhado por inúmeros ativistas que há anos não viam nada parecido. Neste sentido, é possível e é preciso avançar ainda mais na organização dos trabalhadores, realizando em 30 de agosto um dia ainda maior de paralisações e greves.

Para o PSTU, é fundamental que os sindicatos combinem os vitoriosos trancaços e piquetes realizados no dia 11 com atos massivos, marcados pela presença não apenas de dirigentes sindicais, mas também (e principalmente) dos trabalhadores.

Para isso, é preciso realizar um forte trabalho de base em todas as categorias, discutindo com os trabalhadores quais devem ser as estratégias de luta para o dia 30 de agosto e suas principais tarefas. Mais do que nunca, é preciso colocar em prática a mais ampla democracia operária para que os trabalhadores sejam protagonistas das mobilizações.

Assembleias nas portas das fábricas, amplas panfletagens e um forte trabalho de base são condições básicas para que as paralisações sejam ainda mais fortes e os atos sejam muito maiores. Defendemos também reuniões ainda mais amplas, que não abarquem apenas os sindicatos. É preciso reunir todos os lutadores... sindicatos, movimentos sociais, organizações estudantis, associações, enfim, todos aqueles dispostos a se enfrentar com os ataques dos empresários e dos governos.

Em apenas um dia de luta, a classe operária já demonstrou seu poder de fogo. Nós podemos muito mais!

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