27 de novembro de 2012

Estupros na região aumentaram 92% em relação a 2011

* Por Tamiris Rizzo 
Com informações do portal nacional do PSTU

Um ato unificado contra a violência à mulher, realizado no último dia 23 de novembro, em São Paulo, relembrou uma estatística perversa: a cada duas horas uma mulher é morta no nosso país. Com a participação de diversas organizações, como o Movimento Mulheres em Luta (filiado à CSP Conlutas), a Marcha Mundial de Mulheres, o sindicato dos Metroviários de São Paulo, o PSTU e PSOL, o ato fez parte das atividades do 25 de novembro, dia Latino Americano e Caribenho de Luta contra a violência à mulher.

Na Baixada Santista, embora não tenha havido nenhuma atividade parecida, a situação também é crítica. Se formos avaliar os últimos números, podemos dizer, na verdade, que é ainda pior. Para se ter uma ideia, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública de SP divulgados ontem, segunda-feira (27/11), o número de estupros na Baixada Santista aumentou 92% em relação ao mesmo período do ano passado. O aumento dos números no estado de SP foi de 47% e na Capital, 76%. Não é preciso dizer o quanto, proporcionalmente, o aumento em nossa Região é um grande absurdo frente ao estado de SP e à Capital! 

É hora de darmos um basta a qualquer tipo de violência contra as mulheres. Precisamos exigir dos governos municipal, estadual e federal a aplicação e ampliação da Lei Maria da Penha e discutir amplamente o novo Código Penal, que só pretende acabar cada vez mais com os direitos das mulheres conquistados a duras penas, no que se refere à própria lei Maria da Penha e aos direitos reprodutivos. 

No país que é governado pela primeira presidenta mulher, a conquista da Lei Maria da Penha sofre retrocessos significativos, como o corte imposto pelo Governo de Dilma de R$23,4 milhões no orçamento de 2012 da Secretaria de Políticas para as Mulheres. 

Neste sentido, a realização da primeira Marcha das Vadias em Santos foi um salto qualitativo imenso na capacidade de nos organizamos contra o machismo e pela exigência de políticas concretas no combate à opressão exercida diariamente contra a mulher. Porém, devemos avançar na organização e construção da marcha, envolvendo os diversos setores do movimento na elaboração de novas iniciativas.

Esta tarefa tem a função, justamente, de se transformar em um importante instrumento de combate cotidiano a uma sociedade capitalista que explora homens e mulheres, que determina as desigualdades salariais, as desigualdades sociais, os diferentes papéis que cada um ocupa, separando homens e mulheres, fortalecendo a ideologia machista na qual a mulher, de tão desigual que se torna por tudo exposto acima, deixa cada vez mais de ser um ser humano e passa a ser cada vez mais um objeto; objeto tão inferior, que se pode insultar, bater, espancar, estuprar e, inclusive, matar. Chega!

Tamiris Rizzo é da Secretaria de Mulheres do PSTU e foi candidata a vereadora pelo partido nas eleições municipais de 2012, sendo a 6ª mais votada entre as mulheres e a mais votada no campo de esquerda.

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