7 de maio de 2013

Todo apoio à greve dos operários da construção civil de Cubatão!


Mais de 10 mil operários do setor de construção civil que trabalham nas empreiteiras do polo industrial de Cubatão estão em greve por tempo indeterminado. A paralisação foi iniciada ontem, segunda-feira (06/05), e atinge principalmente as empresas que prestam serviço à Petrobrás.

Com data-base em 1º de abril, a categoria reivindica reajuste salarial com base na inflação de 12 meses, mais aumento real de 8%, vale-alimentação de R$ 20,00, correção da grade salarial e um salário e meio da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). Em reunião realizada na sexta-feira (03/05), eles rejeitaram a contraproposta das empresas, que previa reajuste salarial com base na inflação de maio e mais um aumento real que deixaria o pacote em torno de 7,7%.

Em 2012, os trabalhadores já haviam realizado uma greve forte por reajuste salarial. No total, foram 12 dias de braços cruzados. Assim como acontece em outros canteiros de obra espalhados pelo Brasil, sobretudo em Belo Monte, onde os trabalhadores enfrentam a repressão do Governo Dilma, os operários da construção civil de todo o país sofrem com a precarização das condições de trabalho e com os baixos salários.

O crescimento acentuado da construção civil, verificado nos últimos anos em todo o país, beneficia apenas as grandes empreiteiras - as maiores financiadoras das campanhas eleitorais dos partidos tradicionais que se revezam no poder. Não por acaso, mesmo com todo esse crescimento, os salários dos trabalhadores não acompanham esse boom do setor. O único elemento que tem crescido é o número de acidentes de trabalho e de mortes de operários, principalmente por soterramento, queda ou choque elétrico. E o pior: na maior parte dos casos, as comissões instauradas pelas empresas para apurar as causas dos acidentes responsabilizam os trabalhadores pelas tragédias causadas pela sede de lucro das empresas.

Essa dura realidade explica, em grande medida, a radicalização dos trabalhadores que muitas vezes se chocam com as direções sindicais. Em 2010, por exemplo, as assembleias realizadas na porta da refinaria da Petrobrás, em Cubatão, foram marcadas por constantes conflitos entre os trabalhadores, que lutavam pela continuidade da greve, e o Sindicato (Sintracomos), que defendia o fim da paralisação. Em muitas votações, os dirigentes sindicais foram atropelados pela categoria. Em um vídeo postado no youtube por um trabalhador, isto fica claro (assista aqui).

Privatização e precarização na Petrobrás
Existem hoje no Sistema Petrobrás mais de 300 mil trabalhadores terceirizados. Enquanto isso, existem somente cerca de 90 mil empregados concursados. O próprio TCU determinou o fim das terceirização na Petrobrás, mas a empresa não cumpriu até hoje a determinação.

A decisão do TCU tem uma explicação simples: terceirização significa precarização. As diferenças de direitos e de condições de trabalho são absurdas. No ano passado, houve um acidente fatal na RPBC: a vítima, um trabalhador terceirizado. E assim tem sido em todo o Sistema Petrobrás.

Os terceirizados são as maiores vítimas de acidentes de trabalho, muitos deles fatais. Benefícios educacionais e plano de saúde, por exemplo, são direitos que não fazem parte da realidade desses operários. As trabalhadoras terceirizadas sofrem mais ainda, pois sentem na pele o assédio moral e sexual dos chefes. Caso fiquem grávidas, invariavelmente são demitidas. Nem mesmo cipeiros têm estabilidade e são sumariamente demitidos. A alimentação é de baixa qualidade e o transporte também.

Se por um lado o governo de Lula retomou os concursos públicos, por outro deu sequência aos leilões do petróleo e ao sucateamento das condições de trabalho com o aumento vertiginoso de trabalhadores terceirizados. O processo de privatização imposto por Dilma a setores essenciais da economia brasileira, como portos, rodovias e aeroportos, também tem terreno fértil na maior companhia do país. A 11ª rodada de leilões já tem data marcada (14 e 15 de maio) e os tubarões do setor de petróleo já aguardam a oportunidade de abocanhar nossas riquezas.

Com o Procop, programa de otimização de custos da Petrobrás que visa reduzir gastos à custa da (in)segurança das unidades e dos empregados, os trabalhadores terceirizados têm ainda mais motivos para ficarem indignados. Se antes a situação já era crítica, com manutenção precária das instalações e jornadas de trabalho exaustivas, com o novo programa da companhia os riscos tornaram-se ainda maiores.

Por tudo isso, o PSTU se coloca ao lado da categoria em suas reivindicações, apoiando incondicionalmente a luta dos operários da construção civil de Cubatão por melhores salários e condições dignas de trabalho.

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