1 de agosto de 2013

Paulo Barbosa privatiza a saúde e quer entregar hospital só em 2016!

Uma das principais promessas de campanha do atual prefeito de Santos, Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), as obras do Hospital dos Estivadores continuam estacionadas. Para piorar, a entrega - na melhor das hipóteses - acontecerá apenas em 2016, praticamente daqui a três anos, contrariando as declarações oficiais anteriores do prefeito, cuja promessa de entrega era para dezembro de 2015. Ou seja, não devemos nos surpreender com novos prazos de entrega.

Prometendo a "humanização da saúde, rapidez no atendimento e informatização do setor", o tucano Paulo Barbosa deixou pra trás o slogan "cuidar, inovar e avançar" e já começa a mostrar no primeiro ano de mandato que a privatização da saúde continuará acelerada em seu governo. Prova disso é o fato de que o governo tucano já prepara a terceirização nos postos de saúde e pronto-socorros da cidade. É o caso, por exemplo, do Pronto-Socorro da Zona Noroeste.

Em relação ao Hospital dos Estivadores, a curiosa alternativa encontrada pelo governo municipal para o atraso nas obras e entrega de quase 240 novos leitos hospitalares é a locação de leitos em hospitais particulares. Por meio de um convênio, Paulo Barbosa repassará verbas públicas à Santa Casa e à Beneficência Portuguesa para a cessão de 100 vagas de internação clínica e 20 vagas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Atualmente, a cidade conta com 1.692 leitos. Número inferior ao que existia em 2008, quando existiam 1.850. Ou seja, em vez de aumentar o número de leitos, os governos que se sucederam diminuíram. Para uma cidade que se orgulha de ser sinônimo de “qualidade de vida”, os investimentos em saúde mostram-se irrisórios e explicam por que a saúde em Santos, assim como em todo o Brasil, está um verdadeiro caos.

A tão propagandeada qualidade de vida, infelizmente, está reduzida aos ricos e à alta classe média da cidade, que têm acesso a uma saúde de qualidade, em hospitais modernos e confortáveis com médicos muito bem pagos. 

No ano passado, o Governo Papa investiu 19,30% em saúde, número ligeiramente superior do que o mínimo preconizado pela constituição, que são 15% da Receita Corrente Líquida do município. Para 2013, em vez de aumentar esses números, a previsão é de que a Prefeitura reduza, recuando a porcentagem para 18%. Número muito próximo da média entre 2005 e 2011, que foi de 18,15%.

É por causa deste “esforço” do governo municipal, incluindo aí Paulo Barbosa (PSDB), que cenas como filas enormes, atendimento precário e falta de leitos assolam a população. Situação semelhante acontece no Hospital Guilherme Álvaro, cuja responsabilidade é do governo Geraldo Alckmin, do PSDB, padrinho de Paulo Barbosa. Pacientes jogados nos corredores e casos de inúmeras mortes que poderiam ser evitadas são conhecidas de perto por muitos funcionários, que nada podem fazer sem condições dignas de trabalho, e por muitas famílias – vítimas do descaso dos governos municipal, estadual e federal.

O baixo financiamento público da saúde no Brasil é gritante e responsabilidade, também, do Governo Federal, ocupado há dez anos pelo PT. Em 2010, Lula gastou com a saúde R$ 54 bilhões. Enquanto isso, pagou R$ 635 bilhões aos banqueiros, com pagamento da dívida pública. Em geral, o país gasta 3,5% do PIB com saúde, sendo 1,7% de gastos do Ministério da Saúde, enquanto os governos estaduais e municipais gastam cerca de 1% cada um.

Privatização da saúde
Não é de hoje que o Governo do Estado e a Prefeitura tentam privatizar e terceirizar setores do SUS. Foi com este objetivo que os governos de direita sucatearam o SUS para que todos que tenham alguma renda migrem para os planos privados de saúde. Parte desta manobra, mantida por Lula e agora por Dilma, é camuflada atualmente com o anúncio de parcerias com Organizações Sociais (OS) e Fundações Estatais de Direito Privado, que fortalecem e estimulam a lógica empresarial nos setores sociais. 

Dessa forma, hospitais públicos passam para a gestão de empresas privadas, que conseguem grandes lucros, muitas vezes disfarçadas de “entidades beneficentes”. Outro resultado da transferência da gestão de serviços públicos para entidades privadas tem sido a dispensa de funcionários públicos e a contratação de outros, sem concurso público.

No próprio Guilherme Álvaro, através de um termo aditivo, o Governo do Estado transferiu o serviço de laboratórios para uma entidade privada. Em nível municipal, o ex-prefeito Papa – após desembolsar R$ 25 milhões dos cofres públicos para a compra do Hospital Conselheiro Nébias (antigo Hospital dos Estivadores de Santos), articulou o repasse da gestão do futuro hospital para uma Organização Social. Não devemos duvidar que Paulo Barbosa pretenda seguir este plano. A privatização da saúde, em Santos, precisa acabar. Para isso, precisamos inverter a lógica atual, que privilegia a lógica empresarial nos setores sociais. 

Por isso, o PSTU defende:

- Acesso universal e de qualidade à saúde
- Sistema de Saúde Público, exclusivamente estatal, gratuito e de qualidade para todos.
- Pela efetivação dos princípios do SUS, contra as privatizações e terceirizações!
- Nenhuma verba pública para os hospitais privados e filantrópicos
- Pelo financiamento mínimo de 6% do PIB para a saúde pública estatal
- Concursos públicos já! Aumentos salariais e um plano de cargos e salários do funcionalismo. Jornada de 30h já!
- Ampliação da contração de médicos e profissionais da saúde, capacitação dos postos de saúde e hospitais!

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