18 de junho de 2013

Mais de 2 mil pessoas invadem as ruas de Santos contra reajuste da tarifa

Os números "oficiais" apresentados pela imprensa apontam que mais de mil pessoas estiveram nas ruas de Santos na última segunda-feira (17/06). Entretanto, quem participou do ato sabe que esta estatística é modesta.

No mínimo, mais de 2 mil pessoas - entre estudantes e trabalhadores - ajudaram a construir, em Santos, a maior mobilização popular do Brasil desde os protestos pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello, em 1992.

Em relação às manifestações anteriores em Santos, que giraram em torno de 400 e 600 pessoas na semana passada, o protesto de segunda-feira foi praticamente quatro vezes maior. Nacionalmente, também há controvérsias sobre o número de manifestantes que foram às ruas na última segunda-feira. A grande imprensa, que no início tentou carimbar as mobilizações como atos de vandalismo, tem afirmado que cerca de 225 mil pessoas estiveram nos protestos.

Já o Brasil de Fato, jornal do campo de esquerda, aponta que apenas em São Paulo foram mais de 250 mil, chegando a quase 1 milhão em todo o Brasil. Pelo histórico de manipulações da grande imprensa e pelo o que milhares de pessoas viram com os próprios olhos, não temos razão para acreditar na estimativa oficial. De fato, a mobilização foi gigantesca.

O protesto
Os manifestantes santistas ocuparam a avenida da praia nos dois sentidos e bloquearam o acesso de carros à balsa que liga Santos a Guarujá, onde também foi realizado um protesto. Em Cubatão, foi realizada uma primeira manifestação e outras cidades, como Praia Grande e São Vicente, também começam a se articular para integrar a onda de protestos. O clima de indignação é fruto do aumento das tarifas que aconteceu recentemente na maioria das cidades da Baixada Santista.

Contra o aumento e a imposição do cartão
Em Santos, os protestos têm dois eixos: a exigência pelo fim do uso obrigatório do cartão de transporte nos ônibus, medida implantada recentemente, e a luta contra o iminente aumento das tarifas. O prefeito tucano Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) já adiantou que o pedido de aumento pela viação Piracicabana, responsável pelo transporte municipal, está em sua mesa desde o início do ano. Ele não se furtará de, mais uma vez, beneficiar os empresários.

Afinal, a declaração é de um prefeito com relações mais do que cordiais com a empresa. A imposição do uso do cartão no lugar do dinheiro tem engordado os cofres já milionários da Piracicabana. Com a alteração, o adicional pago aos motoristas pela dupla função foi extinto e a necessidade de contratar cobradores, antiga reivindicação da população, foi completamente ignorada. O risco de furto ou assalto recaiu apenas sobre os passageiros, uma vez que o dinheiro da empresa agora está protegido, bem longe das ruas. 

Unidade pra vencer
Vivemos um momento histórico no país. Um momento que a juventude do país nunca havia presenciado antes. Para que o desfecho seja vitorioso, com a anulação da imposição do cartão e a garantia de que a passagem não aumentará, todos aqueles que constroem os atos em Santos devem lutar juntos contra os ataques do governo municipal tucano e contra os ataques, também, do Governo Federal, do PT. O PSTU, que está depositando todas as suas forças nos atos desde o seu início, em todos os cantos do país, não apenas apoia a luta em curso em Santos, como está ajudando a construí-la. O momento é de unidade para conquistar a redução das tarifas nacionalmente com a aliança da juventude e dos trabalhadores.

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